Este livro de Florencia Garramuño mostra como o primitivo e o moderno se entrelaçam no processo de conversão do tango e do samba em símbolos nacionais, na Argentina e no Brasil do começo do século 20. Analisando as redes de sentidos culturais elaboradas ao longo das histórias desses dois ritmos, o texto parte do princípio de que a cultura é um lugar de trânsito, feito de passagens e limiares, em que as identidades culturais respondem muito mais a processos, polêmicas e circunstâncias dinâmicas, do que a referências fixas. Daí sua inovadora perspectiva de entender esses processos culturais, ao reinseri-los na cadeia de acontecimentos que ocorriam naqueles anos de intensa modernização nos dois países vizinhos.