Adoro esse livro organizado pela pesquisadora Heloísa Valente, com textos de diversos autores. É uma preciosidade, tendo em vista a pouca bibliografia de tango em português. A publicação inclui um texto muito bom, de Ramón Pelinski, chamado “Tango: metáfora da globalização”.
Segundo os investigadores, o tango portenho chega ao Brasil por volta da década de 1920, quando os ouvidos se abrem para o tango cantado e, sobretudo, para a voz de Carlos Gardel. O tango argentino passa a ser traduzido, adaptado, parodiado em nosso país, transplantando-se como tango nômade.
Além das versões originais e adaptadas, alguns compositores chegaram a compor vários “tangos argentinos”, que se notabilizaram na voz de Nelson Gonçalves: “Carlos Gardel”, “Hoje quem paga sou eu”, “Vermelho 27”, “Estrelas na lama”. O texto da Heloísa, O Dia em que me queiras, é resultado de uma intensa pesquisa da autora nos arquivos do Instituto Moreira Salles.