“Mais grave! Mais agudo! Mais eco! Mais retorno! Mais tudo!”. O grito de guerra ainda ecoa nas festas, vivo nas canções de Tim Maia. Transgressor, amoroso e debochado, o cantor que gostava de se definir como “preto, gordo e cafajeste” se consagrou como um dos artistas mais queridos e respeitados da música brasileira, rei do “samba-soul”.
No ano em que se completam dez anos de sua morte, a história de Tim Maia é resgatada em “Vale Tudo – O som e a fúria de Tim Maia”, por um de seus amigos mais próximos, o jornalista, compositor e produtor musical Nelson Motta.
A biografia é uma viagem pela vida do cantor, a começar pela infância e juventude, no bairro carioca da Tijuca. É o próprio Tim quem dá o tom bem-humorado da narrativa: “No dia 28 de setembro de 1942, na rua Afonso Pena 24, minha mãe, Maria Imaculada, concebeu o gordinho mais simpático da Tiju-ca. E recebi o nome de Sebastião Rodrigues Maia”.
Nelson conta que a amizade com Tim começou em 1969, quando pro-duziu para o disco de Elis Regina o dueto que apresentou ao mundo o vozeirão do cantor. Por isso, é testemunha de histórias incríveis, como as aventuras vivi-das nos Estados Unidos. A viagem não terminou bem: Tim voltou ao Brasil deportado, acusado de roubar um carro e de portar substâncias ilegais.
Como produtor musical e amigo, Nelson acompanhou essa jornada até os últimos dias da vida do cantor. No livro, ele narra um último encontro em Nova York, poucos meses antes da morte de Tim, em 1997.