- Editora: Cosac Naify
- Editor: Ab’sáber,Tales
- Edição: 1ª
- Disponível em: Brochura
- Exemplar: 9788540502567
por Ab’sáber,Tales
O livro é uma investigação da cultura clubber, que se disseminou pela noite de todas as grandes cidades do mundo na década de 1990. É também um ensaio sobre o modo de funcionamento atual da indústria do entretenimento, a partir de um filme emblemático como Corra, Lola, corra (1998), dirigido por Tom Tykwer, e de estadias em Berlim, cenário do filme, para conhecer a rotina dos freqüentadores do mítico bar Panorama. Para o autor, que em sua análise combina marxismo e psicanálise, as utopias de 1968 e suas experiências liberadoras – uso hedonista do corpo, recusa aos ritmos do trabalho industrial e ampliação da consciência pelas drogas – foram recicladas pelo presente em uma forma ainda mais aprisionante de alienação.
Resenha escrita por Mônica Manir publicada no jornal o Estado
“É uma festa intensa, que deseja não terminar jamais”, diz o psicanalista sobre a balada alemã, que pulsa quase diariamente a partir das 23h59 e que, de sábado para domingo, entorpece o público com música eletrônica até a noite seguinte. Nessa perspectiva, o único sentido do dia é acionar o GPS para a próxima noitada, algo instantâneo de se fazer em Berlim, considerando a fábrica de entretenimento que é.
Resumo escrito por Mariana Côrtes no periódico Tempo Social
“O livro estabelece um diálogo criativo com a tradição da teoria crítica, sem, contudo, deixar de voltar os olhos para as particularidades perturbadoras do nosso presente. Os frankfurtianos vislumbraram o surgimento da diversão de massas como o prolongamento do mundo do trabalho. As operações automatizadas do pensamento exigidas pela indústria cultural reproduziam, no tempo livre, os “trilhos gastos das associações habituais” (Adorno e Horkheimer, 2002, p. 113) engendradas pela mecanização do trabalho taylorista-fordista, em um contexto em que o pleno emprego era possível graças ao pacto social do pós-guerra. Essa não é mais a perspectiva dos jovens que extenuam seus corpos movidos pelo ritmo seco, repetitivo e abstrato da música tecno. Ab’Sáber mostra que uma das correntes mais importantes da música eletrônica surgiu na cidade de Detroit sob o clima de desolação suscitado pelo esvaziamento de suas indústrias nos anos de 1980, como se, na própria percepção dos participantes desse movimento, fosse necessário ocupar o vazio deixado pela desindustrialização neoliberal.”